Muitas doenças são extremamente silenciosas e não apresentam sintomas claros. Pode ser bastante complicado para um adulto identificar um sintoma anormal e relatar a um profissional da saúde. Para crianças, é um desafio ainda maior.
Sendo assim, é mais do que indicado que os responsáveis estejam completamente atentos a sinais que indiquem que as coisas não estão 100% bem. Um desses sinais é o apetite reduzido.
Não ter vontade de se alimentar, comer em quantidades muito menores do que o costume e não expressar que está com fome são características que precisam acender um alerta.
Por isso, reuni algumas das principais causas que geram a redução do apetite.
Infecções
Você já teve uma gripe que te tirou o apetite? Com crianças pode ser assim também! As infecções têm alta capacidade de afetar o apetite de uma criança. Durante uma infecção, o sistema imunológico da criança está lutando contra os organismos invasores, o que pode levar a sintomas como febre, mal-estar, dor e fadiga.
Todo o quadro impacta o apetite, fazendo com que a criança perca o interesse em comer. A febre, por exemplo, pode causar uma sensação de saciedade precoce, tornando difícil para a criança comer adequadamente.
Além disso, as infecções podem causar dor de garganta, congestão nasal, tosse ou dor abdominal, o que pode dificultar a deglutição ou a alimentação em geral. A presença desses sintomas faz com que o ato de comer seja desconfortável, resultando em redução do apetite.
Um dos grandes problemas, no caso de infecções, além da alimentação, é manter a criança hidratada. Ofereça água, sucos naturais, caldos para garantir que ela tenha alguma forma de nutrição e hidratação.
Obstrução Intestinal
A obstrução intestinal ocorre quando há um bloqueio parcial ou completo do intestino, interferindo na passagem normal dos alimentos e líquidos. Ela pode levar a sintomas como dor abdominal, náuseas, vômitos e distensão abdominal. Esses sintomas podem causar desconforto e diminuir o apetite da criança.
Além disso, a obstrução intestinal costuma afetar a capacidade de absorção adequada de nutrientes, levando a deficiências nutricionais e perda de peso. Todo esse cenário contribui para a falta de apetite e para a diminuição da alimentação.
Alguns outros sintomas de obstrução intestinal em crianças que você deve ter atenção:
- constipação persistente
- inchaço abdominal
- vômitos recorrentes
- dor abdominal intensa
Caso esses sintomas sejam observados, é essencial procurar atendimento médico imediatamente para uma avaliação e diagnóstico adequados.
Os tratamentos são variados, porque não existe uma única causa para a obstrução abdominal. Por isso, pode ser passado como método intervenções médicas, como medicamentos, terapia nutricional ou, em casos graves, cirurgia para remover o bloqueio.
Conforme o problema for tratado, é esperado que o apetite da criança se normalize gradualmente.
Causas Psicológicas
Muito se engana o adulto que crê que crianças não sofrem causas psicológicas. Estresse, ansiedade, depressão, traumas, preocupações emocionais e problemas de relacionamento são problemas que podem afetar os pequenos. Dependendo como o psicológico está, a criança pode ter uma redução de apetite.
O estresse pode afetar o apetite de uma criança, causando uma diminuição na vontade de comer. Situações estressantes, como mudanças familiares, problemas escolares ou eventos traumáticos, podem impactar negativamente o apetite.
A ansiedade também pode influenciar na alimentação. Crianças com ansiedade podem experimentar uma sensação de desconforto ao comer, perder o interesse pela comida ou desenvolver preocupações excessivas com relação à alimentação.
A depressão é outra causa psicológica que pode levar à diminuição do apetite em crianças. Os casos de depressão infantil em crianças entre 6 e 12 anos têm aumentado drasticamente. A perda de interesse ou prazer nas atividades cotidianas, incluindo a alimentação, é um sintoma comum da depressão infantil.
Experiências traumáticas em geral podem desencadear alterações no apetite, enquanto conflitos familiares ou problemas interpessoais podem gerar estresse emocional, resultando em uma redução do apetite.
É importante que os responsáveis reconheçam e validem esses fatores psicológicos como possíveis causas da redução do apetite em crianças. Ao identificarem sinais de que o psicológico da criança está afetado, o melhor caminho é buscar ajuda profissional, como um psicólogo infantil ou pediatra. Isso é essencial para identificar e tratar essas causas psicológicas. Além disso, a criação de um ambiente calmo, seguro e amoroso, juntamente com uma abordagem positiva em relação à alimentação, pode ajudar a restaurar o apetite da criança.
Transtornos Alimentares
Assim como depressão, pode ser difícil para que algumas pessoas aceitem que crianças também sofrem com transtornos alimentares. Cada vez mais cedo as pessoas têm sido impactadas com transtornos alimentares. Muitos adolescentes já sofrem com essas causas e o público infantil atingido vem crescendo.
Os transtornos alimentares afetam negativamente os padrões alimentares e o relacionamento com a comida. Esses transtornos, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar, podem ter efeitos significativos na saúde física, emocional e social das crianças.
Uma das principais causas apontadas para o aumento de casos de transtornos alimentares é a influência da mídia e a criação de padrões inalcançáveis. Geralmente envolvem preocupações excessivas com o peso, a forma corporal e a aparência. Os sinais podem incluir restrição alimentar severa, excesso de exercícios físicos, comportamentos de compensação (como vômitos ou uso de laxantes), alterações de humor e isolamento social.
Em primeiro lugar, é preciso analisar a relação que a criança tem com a comida e tentar entender o porquê do comportamento. É importante buscar ajuda profissional se houver suspeita de um transtorno alimentar em uma criança. É necessário ter apoio de um psicólogo.
O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar. Além do psicólogo, é bastante indicado ter a participação de médicos e nutricionistas especializados em transtornos alimentares.
E é claro que os profissionais não farão todo o trabalho. O apoio familiar desempenha um papel fundamental no processo de recuperação. Os responsáveis devem fornecer um ambiente seguro e amoroso, incentivar uma relação saudável com a comida e promover uma imagem corporal positiva.
O apetite reduzido ainda pode ter outras causas. Sempre que notado esse sintoma, é preciso ligar um sinal de alerta nos responsáveis. Ter atenção completa ao restante dos comportamentos da criança e identificar outros sintomas. Dependendo do restante da situação, é preciso buscar por atendimento profissional.