A Introdução Alimentar é um momento muito especial para a família. É quando o bebê passa a ter outras fontes de alimentação além do leite. Existem muitas informações disponíveis para que as famílias façam isso de maneira correta.
Através de direcionamentos da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), trouxe algumas informações peculiares, que envolvem questões mais específicas.
Preparando o bebê para a IA
Antes mesmo do período de introdução alimentar, o bebê precisa estar preparado. Os sinais de que ele pode passar a se alimentar são:
- consegue sentar
- sustenta a cabeça e o tronco sozinho
- não tem mais o reflexo de esticar a língua para mamar
- tem mais curiosidade, principalmente quando outras pessoas estão comendo
Tudo isso ocorre por volta dos 6 meses de vida da criança. E é indicado que os responsáveis esperem até esse marco por questões que vão além do desenvolvimento cognitivo e motor, como:
- Microbiota intestinal. A microbiota é um conjunto de bactérias presentes no sistema digestivo. Elas são necessárias para a manutenção da saúde de uma pessoa. Ao nascer de parto vaginal, a criança tem contato com Lactobacillus. Com a amamentação e respiração, o corpo capta novos microrganismos e se fortalece. Aos 6 meses, as bactérias já estão no sistema do bebê a fim de protegê-lo.
- Sistema imunológico. Pelo maior desenvolvimento das defesas internas do bebê, é possível ter maior contato com proteínas e nutrientes, eliminando grandes riscos de alergias alimentares.
- Digestão. Enzimas digestivas são mais eficazes a partir do sexto mês.
- Os rins estão mais preparados para filtrar além do leite e eliminar o que for necessário.
Riscos de introdução muito cedo ou muito tarde
Aos responsáveis adiantados, existe risco de introduzir alimentos antes. Porém, é importante destacar que atrasar a introdução também pode gerar riscos ao desenvolvimento da criança.
De acordo com a SBP, introduzir novos alimentos antes de 4 a 6 meses traz perigo à saúde do bebê. O sistema gastrointestinal e imune ainda não tem a maturidade suficiente para lidar com outros alimentos que não fórmula ou leite materno. Isso também pode fazer com que a ingestão de nutrientes seja alterada e a criança tenha uma deficiência de vitaminas e sais minerais.
Ao mesmo tempo, ser cauteloso demais com a alimentação e querer introduzir novos alimentos após o período indicado também pode gerar atraso no desenvolvimento da criança e deficiências nutricionais. O bebê está crescendo e precisa de complementos ao leite.
Bebês prematuros
Bebês prematuros podem gerar dúvidas nos responsáveis. Muitas vezes, o indicado antes de introduzir novos alimentos à criança é esperar a “idade gestacional corrigida”. Ou seja, aguardar até o período em que o bebê completaria 6 meses se tivesse nascido como o previsto.
Todavia, isso depende de como essa criança está se desenvolvendo e quais são as considerações do pediatra de confiança. Pode ser que, com um bom crescimento e desenvolvimento, sejam introduzidos novos alimentos aos 6 meses de idade.
Bebês com impactos no desenvolvimento motor e neurológico
Assim como os bebês prematuros, os bebês que têm alguma questão no desenvolvimento precisam ser melhores avaliados por profissionais da saúde. É necessário ter acompanhamento e avaliação da evolução motora e cognitiva. Como mencionado no início do texto, é preciso que a criança atinja alguns marcos de desenvolvimento, como sustentar a cabeça e sentar-se sozinho.
Além do pediatra, é fundamental ter o acompanhamento de profissionais da fisioterapia e fonoaudiologia para entender as possíveis demandas e auxiliar com o processo do bebê.
Bebê com Síndrome de Down (T21)
O mesmo que vale para bebês com impactos no desenvolvimento motor e neurológico vale para bebês com Síndrome de Down. Depende bastante de cada caso. Crianças, em um geral, são únicas. Por isso, o acompanhamento do pediatra de confiança é essencial. Esse profissional – muitas vezes aliado a fisioterapeutas e fonoaudiólogos – avaliará o caso e passará as recomendações aos responsáveis.
A introdução de novos alimentos é um momento importante para o desenvolvimento de uma criança. É necessário começar introduzindo frutas, legumes e verduras. É possível agregar às refeições proteínas como carne bovina e frango.
Lembre-se de evitar o uso de sal até os 12 meses e não usar açúcar até os 2 anos de idade. Em caso de maiores dúvidas, verifique com o seu pediatra de confiança como proceder.